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A Sesmaria
A sesmaria de Pelotas, onde estava situada a Estância Nossa Senhora dos
Prazeres, em 1758, foi doada ao Coronel Thomas Luiz Osório, por ter se
destacado nas guerras guaraníticas. Sob a acusação de ter entregado, sem
reagir, a fortaleza de Santa Teresa, sob seu comando, aos espanhóis,
Thomas Luiz Osório foi preso, e mandado para Portugal, onde recebeu a
condenação à forca. Em 1779, sua esposa Francisca Joaquina de Almeida
Castelo Branco vendeu as terras a Manoel Bento da Rocha pelo valor de
um conto e duzentos mil réis (Gutierrez, 2001).
Em
especial, a sesmaria de Pelotas resultou em cinco fazendas e sete charqueadas.
Essas se
chamaram: Patrimônio ou Sá; Graça; Palma; Galatéia e Laranjal. Um
dos saladeiros se situava no Laranjal, num lugar chamado Picada Real. Os
restantes encontravam-se às margens do arroio Pelotas, nos seguintes
lugares: na Estância da Graça; no Moreira; na Costa; no Fontoura; no
Castro e na Palma. (Leon Zênia, 1992).
Ocorreram
processos de vendas, negócios, transações e loteamentos. Os herdeiros
das terras citadas até hoje se mantêm como grandes proprietários destas
áreas.
Conservaram
estâncias, possuem produção de arroz e loteamentos urbanos, nas margens do
arroio Pelotas e nas Praias do Laranjal, na orla da laguna dos Patos.
Laranjal
O
Laranjal tem origem composta por partes de duas fazendas: Costa e Fontoura.
O proprietário destas terras, Quincas Patrão, chamava-se Joaquim José D’
Assumpção e era natural de Lisboa; após o seu falecimento, a propriedade
foi sendo repassada aos seus herdeiros. A fazenda Fontoura, passou a
pertencer aos irmãos José Maria e Manuel Bento, aonde vieram a falecer em
1902 e 1896. Moravam os irmãos Fontoura na fazenda “Solar do Laranjal”,
casa secular que ainda hoje existe e está em poder da filha de Antônio
Augusto de Assumpção Junior, fundador da Vila residencial Balneário
Santo Antônio. A fazenda da Costa está ligada à raiz do Laranjal devido ao
casamento e conseqüente união de bens do casal Joaquim Augusto de
Assumpção e Maria Francisca Mendonça de Assumpção.
RS Fonte: Acervo
Ivone Assumpção.
A
Praia do Laranjal era usada como propriedade particular. A travessia era feita
por uma balsa da família Assumpção, única forma de acesso a praia do
Laranjal até então.
O termo
Laranjal foi motivado principalmente devido o terreno arenoso propício
à produção e cultivos de cítricos como laranja, bergamota e limão. Como à
grande maioria das espécies de frutas cultivadas nessa região possuía a
cor de laranja na sua casca, a localidade foi coloquialmente sendo chamada
de praia do Laranjal. (Etcheverry, 1979).
Balneário Santo Antônio
No
dia 31 de Janeiro de 1952, foi inaugurado oficialmente a Vila Residencial
Balneário Santo Antônio. O traçado das ruas respeitou algumas figueiras
adultas, sendo feito o contorno em volta delas. Até hoje se conservam
preservadas, mas o resultado da urbanização, representado pelos
loteamentos descritos anteriormente, embora constituam local aprazível
para os moradores e em oportunidade de lazer para a população flutuante,
apresenta gravíssimos problemas ambientais, sendo que os aspectos naturais
não foram considerados na escolha dos sítios a lotear, tampouco no tecido
urbano ou nas reservas de áreas públicas (Polidori, 1992).
Na avenida
da orla da laguna, foram plantadas mudas de figueiras, intercaladas
por jerivás (espécie de coqueiro típico da região).
Balneário Valverde
Fundado por Arthur Augusto Assumpção, nascido na cidade de Pelotas no dia 11 de
Abril de 1887, filho do médico Antônio Augusto Assumpção e de Leocádia
Gomes da Silva Tavares de Assumpção. Da Estância do Laranjal, como
herança, lhe coube um quinhão de terras, as quais ele batizou com o nome
de “Villa Juditte”. Possivelmente, o nome dado ao estabelecimento
homenageava sua esposa Judith de Assumpção de Assumpção. No ano de 1958,
deu início ao loteamento do Balneário Valverde.
Primeiramente, a obra tinha como responsáveis técnicos Mayer Menda e o
engenheiro José Mabil de Ripoll. Depois, esses foram substituídos pelo
arquiteto Geraldo Delanoy e pelo engenheiro Cícero Haical (planta da
fazenda do Laranjal pertencente Dr. Antônio A. Assumpção, datada em
1939).
Em relação à
segunda etapa, o Balneário Novo Valverde, de acordo com a busca realizada
na Secretaria Municipal de Urbanismo, apresenta-se irregular. Seu memorial descritivo
foi datado em 10 de março de 1960. (Memorial Descritivo, 1960).
Balneário Nossa Senhora dos Prazeres (Barro Duro)
O
Balneário Nossa Senhora dos Prazeres tem suas origens na Estância Nossa
Senhora dos Prazeres a qual na época do empreendimento de propriedade do
casal Luiz de Assumpção, neto do Barão de Jarau, e sua esposa Amélia
Augusta de Assumpção de Assumpção. No entanto, entre as referidas
estâncias, essa possui mais terras do que as demais porque é constituída de
duas heranças, sendo que da parte de Amélia engloba o que pertenceu aos
Fontoura (Etcheverry, 1979). Abrange o espaço compreendido entre a laguna
dos Patos e o Arroio Pelotas.
O Loteamento
foi idealizado por Luiz de Assumpção, seguindo os mesmos passos
dos cunhados Antônio Augusto de Assumpção e Arthur Augusto Assumpção, os
quais lotearam, respectivamente, o Balneário Santo Antônio e Balneário
Valverde. Conforme certidão no Registro de Imóveis o loteamento inicia em
1953. Por motivos de saúde, quem deu seguimento para a conclusão do
empreendimento foi o genro, José Ottoni Ferreira Xavier, casado com Maria
de Lurdes Assumpção. Conforme cadastro na Prefeitura Municipal, o
responsável pelo projeto do Balneário Nossa Senhora dos Prazeres era
Benjamim Cordeiro Dias.